GPS pode ser um ponto de irritação

O menu da navegação é completo e complexo

A visualização do mapa pode ter várias opções

A lista de POI, pontos de interesse, promete muito

Teclados pequenos dificultam a introdução do destino

A configuração do percurso é um "mundo"

27/8/2021. Na utilização diária de um carro, há coisas que irritam. Coisas mal pensadas ou que se desatualizam depressa. Os GPS que não cumprem o que prometem são das coisas mais irritantes.

 

É um opcional e promete orientar o condutor por ruas e estradas desconhecidas. Promete indicar locais de interesse e serviços úteis. Promete muita coisa, só que nem sempre cumpre a promessa.

Gráficos cada vez mais apelativos à vista, com melhor definição, com vistas em perspectiva e até com efeito 3D fazem parte dos atributos dos mais modernos sistemas de navegação, vulgo GPS, disponíveis em cada vez mais modelos.

Só que, nem sempre funcionam como devem. A experiência da sua utilização é muitas vezes frustrante, começando pela ergonomia dos seus comandos e terminando, no pior dos cenários, na incapacidade de realizarem a tarefa que se lhes pede.

Introduzir o destino…

Tudo começa com a introdução do destino. Alguns sistemas admitem o comando por voz, mas num processo lento, quase sempre com erros de “entendimento” por parte do GPS e obrigando o condutor a usar um determinado conjunto de palavras específicas.

A introdução do destino através do ecrã tátil nem sempre é muito melhor. Começa pela disposição do teclado e do tamanho das teclas virtuais, geralmente pequenas o que dificulta a sua utilização com o carro parado, quanto mais a andar.

A procura inteligente, que vai sugerindo destinos à medida que se vai teclando o local escolhido, muitas vezes atrapalha mais do que ajuda, avançando com hipóteses rocambolescas, algumas vezes de locais com o mesmo nome mas em países diferentes.

O destino não foi encontrado

Mas o pior é quando se insere o destino, e o GPS responde dizendo que não o encontra, estando o condutor mais do que certo de que existe o que procura. Muito irritante…

Escolher o destino através de coordenadas também nem sempre funciona. Já me aconteceu o GPS levar-me para um caminho paralelo, meio obscuro e depois ter que descobrir à minha custa o local para onde queria ir.

Configurações que atrapalham

Quando começa a marcha, começam outro tipo de irritações. Sobretudo se o condutor se esqueceu de configurar as suas preferências de percurso, que são sempre mais que muitas: caminho mais curto, mais rápido, mais bonito, mais ecológico, com menos trânsito, com portagens, sem portagens, com “ferry-boat” ou sem. E estas são apenas algumas.

Por isso, não é raro o GPS levar-nos por caminhos que nem conhecemos, numa deslocação que, pelo menos em parte, até conhecemos e costumamos fazer por outro lado.

Mas isso ainda é o menos. A irritação começa quando o GPS insiste num dado percurso, que até pode ser mais curto em quilómetros medidos, mas é muito mais lento e difícil. A parte boa é que já descobri ruas e vielas que nem imaginava existirem, a poucos quilómetros de casa.

Mapas desatualizados

Depois vem o clássico: a rotunda que não está ainda atualizada no sistema e onde o GPS manda seguir em frente. À noite, com pouca iluminação na rua, pode chegar para alguns sustos.

Mas a mais desesperante é a indicação de “zona não cartografada” quando se está numa via que parece tudo menos recente.

Pode ser um mapa desatualizado ou um erro das empresas que fazem o levantamento de estradas e ruas. Gente que tem um trabalho que nunca mais acaba, eu sei…

“O seu destino é à direita” é uma das indicações mais irritantes, quando se chega ao final do percurso, se olha em redor e nada parece ter o aspeto daquilo que procuramos. E agora?…

Alternativa na palma da mão

Tudo isto acontece geralmente quando o carro é novo e se quer experimentar tudo, incluindo o GPS. Mas quando a experiência tem tantas irritações, raramente se volta a usar o sistema.

A alternativa está na palma da mão e chama-se “smartphone”. O que não falta são aplicações que funcionam muito melhor que a maioria dos GPS embarcados nos carros.

Com poucos toques no ecrã tátil do smarphone é fácil definir o destino de um percurso, é fácil configurar como se quer lá chegar e é fácil acompanhar as indicações que vão sendo dadas.

Tudo atualizado e simples

As aplicações têm a vantagem de estar mais atualizadas, de ter indicação de trânsito em tempo real de série, radares de velocidade e de indicarem alternativas, se for necessário. Só é preciso ter acesso aos dados móveis e esse pode ser um grande problema, quando se circula em locais mais remotos.

Não admira, por isso, que muitos condutores desprezem os GPS embarcados no seu carro e usem, sempre que necessário, as aplicações de navegação dos seus smartphones.

Conclusão

Sabendo disso, algumas marcas deixaram de dotar os seus modelos mais baratos da opção sistema de navegação, substituída por um bom suporte para o smartphone. Maa não é solução com grande sucesso. Apesar de usarem pouco o sistema de GPS embarcado, muitos condutores não gostam de ver o interior do seu carro sem um ecrã brilhante com um belo mapa a cores e em movimento.

Francisco Mota

Nota: “As coisas que irritam” estiveram a fazer as férias da “Crónica à 6ª feira” durante o mês de Agosto. Na próxima semana, regressa a “Crónica à 6ª feira”, com assuntos mais “sérios” mas nem sempre menos divertidos.

Ler também, seguindo o LINK:

Coisas que irritam 2 – o ajuste do banco por “cliques”