Frente inspirada no novo C4

Tipologia carrinha com suspensão alta

Versão híbrida "plug-in" de 225 cv

Plataforma EMP2 do SUV C5 Aircross

Suspensão com amortecedores ativos

Interior com grande ecrã tátil

A Citroën volta ao segmento D

O C5 voltou, mas transformado numa carrinha de suspensão alta e proteções ao estilo “off-road”. A ideia não é nova, esta “Allroad da Citroën” destina-se a quem se fartou de SUVs.

 

A última geração do Citroën C5 deixou saudades. Disponível em berlina e carrinha, oferecia imenso espaço, conforto, boa qualidade, preços realistas e um estilo que agradava ao primeiro olhar.

Quando chegou ao final da sua carreira, os C5 berlina e carrinha deram lugar a outras prioridades, na forma do C5 Aircross, o primeiro SUV da marca, como o mercado o exigia no início de 2019.

Agora, a Citroën identificou clientes que já passaram pela experiência SUV e concluíram que não gostam particularmente do conceito, nem sequer precisam de um carro tão alto. O novo C5 X destina-se a esses clientes. Mas não só.

Segundo a pesquisa da Citroën, 25% dos potenciais compradores do C5 X tinham uma carrinha antes, 21% tinha uma berlina, 15% tinha um SUV (os tais que se fartaram deles) e os restantes chegam de outros segmentos.

C5 X no segmento D

Posicionado no segmento D, o C5 X tem 4,8 metros de comprimento e é fabricado na China com base na plataforma EMP2, concebida pelo grupo PSA e usada também no SUV C5 Aircross, mas aqui com maior distância entre-eixos. Já a carroçaria é muito diferente.

Catalogado pela marca como um “crossover” o C5 X tem o perfil de uma carrinha com suspensão alta e proteções ao estilo “off-road”. A altura dos olhos do condutor fica entre 5 a 7 cm mais acima que numa berlina convencional.

Na verdade, trata-se de uma tipologia que não tem nada de novo, tendo sido explorada com sucesso pelas várias gerações Audi Allroad, entre outras.

A Citroën não prevê sequer uma versão berlina de quatro portas do novo C5 X, convicta que esta carroçaria carrinha de cinco portas dá resposta à procura atual do mercado.

Segue o desenho do C4

Do desenho, o que se pode dizer é que segue o estilo do último C4, sobretudo na frente com os faróis em “Y” deitado e também na altura ao solo, maior que a norma.

A Citroën considera que a procura por carros “baixos” tem os dias contados, não só porque o acesso ao habitáculo é mais difícil – sobretudo para uma população que está a envelhecer – como pela necessidade de equipar os carros com baterias sob o piso, sejam elétricos ou híbridos.

Por dentro, um novo ecrã tátil central de 12” tem o protagonismo, mas o painel de instrumentos digital não lhe fica atrás e até está incluído um “Extended Head Up Display” de 21 polegadas. Também existe um novo sistema de reconhecimento natural de voz e um assistente virtual.

O conforto é tudo

Os bancos “Advanced Comfort Seats” também são novos e a Citroën promete muito espaço para cinco passageiros. A mala anuncia uma capacidade de 545 litros, o que é bom sem ser excelente.

O conforto é a prioridade da dinâmica, com a Citroën a fazer a inevitável ligação com o antigo “boca de sapo”. Para isso, além dos habituais batentes hidráulicos progressivos, os amortecedores têm regulação em três níveis, naquilo a que a marca apelida de suspensão ativa.

Híbrido “plug-in” de 225 cv

Quanto a motorizações, a Citroën afirma que o C5 X terá o obrigatório híbrido “plug-in”, usando o sistema de 225 cv e tração à frente, conhecido de outros modelos do grupo, e capaz de mais de 50 km em modo elétrico.

Para já, a variante mais potente de 300 cv e tração às quatro rodas não estará disponível, mas é uma hipótese.

Quanto a uma versão puramente elétrica, há menor probabilidade de se vir a concretizar, pois o C5 X ainda não usa a variante modificada da EMP2, apta a receber uma bateria grande, que foi estreada pelo novo Peugeot 308.

A gama completa-se com mais dois motores a gasolina, cujas especificações não foram confirmadas. O que está fora do catálogo é um motor Diesel.

Diesel foi banido

A Citroën acredita que já não há procura para motores a gasóleo num produto como este, estimando que, daqui a dois ou três anos, a quota dos Diesel seja inferior a 20%, sobretudo devido à quebra do valor residual.

A chegada do C5 X ao mercado está prevista para início de 2022, depois de começar a ser vendido na China no final deste ano. Ainda não foram anunciados preços, mas foi dada uma pista: os valores serão idênticos aos do SUV C5 Aircross.

Conclusão

O regresso da Citroën ao segmento D era um imperativo em termos de imagem. Ajuda a credibilizar outros produtos mais caros que a marca tenha previsto para o futuro. Além disso, dá resposta aos clientes desiludidos dos SUV.

Francisco Mota

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