O posicionamento da Citroën face à DS parece estar a mudar, com o lançamento do sucessor do C6 em 2021. Como a marca do “double-chevron” foi “autorizada” a voltar as berlinas?

 

Vincent Cobée, o novo CEO da Citroën, revelou que a marca está a finalizar o seu novo topo de gama, o sucessor da última grande berlina da marca francesa, o original C6.

Quando se pensava que a gama da Citroën seria de alguma forma limitada nas suas aspirações, para dar espaço ao crescimento da DS como marca de prestígio do Grupo PSA, afinal parece que há lugar para todos, no mercado.

O novo C6, cujo nome final ainda não foi anunciado, levará a Citroën de volta ao segmento das grandes berlinas.

Espera-se que, com isso, a marca volte a oferecer um modelo de topo com o nível de conforto que se tornou lendário em modelos como o DS, CX e o próprio C6.

Nem só de SUV vivem os mercados

Numa altura em que a maioria das novidades são SUV, a Citroën investe numa grande berlina, pois na China este tipologia ainda é a mais vendida.

O novo topo de gama será feito com base na plataforma EMP2, partilhando-a com o Peugeot 508 e o novo DS9.

Terá motorizações térmicas convencionais mas também versões híbridas, prevendo-se um “plug-in” com 300 cv, um sistema conhecido de outros modelos do grupo.

Quanto ao conforto, é de esperar que o futuro C6 traga uma nova evolução do sistema Citroën Advanced Comfort Technology, já usado noutros modelos da marca.

Outro dado curioso revelado por Cobée, é que o modelo deverá estar à venda em vários mercados, incluindo a China, mas com aparências diferentes.

Evitar o efeito BMW Série 7

Assim, para o mercado chinês, o modelo deverá ter maior distância entre-eixos e uma frente mais imponente, com mais cromados, enquanto que na Europa será o oposto.

A Citroën tenta assim evitar as reações negativas na Europa, que tiveram as novas frentes dos BMW Série 7 e X7, com grelhas enormes assumidamente feitas a pensar no mercado chinês.

Com esta decisão, o grupo PSA parece ter chegado à conclusão que há mercado para a Citroën e a DS no segmento das berlinas familiares, não sendo necessário refrear as ambições da primeira para dar espaço à segunda.

Conclusão

Pessoalmente, sempre fui um admirador do estilo do C6, por isso espero que o desenho final do novo C6 honre o estilo do modelo original, produzido entre 2005 e 2012. Após todo este tempo, conseguiu manter-se original e único. Na verdade, o passar dos anos só lhe veio reforçar a qualidade do estilo original da autoria de Jean-Pierre Ploué.

Francisco Mota

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