Ao longo dos seus 100 anos de existência, comemorados este ano, a Citroën inovou muitas vezes. Conheça as 10 ideias que fizeram escola, algumas das quais duraram até aos nossos dias.

 

A maneira como a Citroën sempre se posicionou no mercado, com uma atitude fora das normas estabelecidas, levou-a a arriscar a introdução nos seus modelos de muitas ideias inovadoras.

A primeira que vem de imediato à memória é a suspensão hidropneumática, que se estabeleceu como a referência em termos de conforto e de comportamento dinâmico, sobretudo quando aplicada ao DS, lançado em 1955.

Ideias que fizeram escola

Mas a marca não se dedicou apenas a inovar no segmento das berlinas mais caras e sofisticadas, pelo contrário. Outro exemplo desta abordagem – a racionalidade por detrás da emoção – é bem conhecido de todos os que se interessam pelo mundo automóvel: o famoso 2CV.

Um utilitário que juntava um conjunto de conceitos inovadores para a época, começando pela estrutura de baixo peso, passando, mais uma vez, pelo desempenho da suspensão que conseguia ser confortável e capaz de resistir aos piores pisos. Tudo isto num automóvel acessível a um grande número de compradores e que acrescentava ainda uma solução de motorização original.

Olhando para os 100 anos de história da Citroën vamos encontrar muitos exemplos de ideias, de tecnologias em que a marca francesa foi pioneira. Algumas dessas ideias resistiram ao passar dos anos e continuam ainda hoje a ser utilizadas, obviamente depois de muito melhoradas.
Fique a saber quais foram as 10 ideias que realmente resultaram e que perduraram no tempo.

1 – Estrutura totalmente em aço

O modelo B10 de 1924 foi o primeiro carro europeu com uma estrutura totalmente em aço. Até aí, a generalidade dos carros usava uma estrutura em madeira que servia de suporte aos painéis da carroçaria, uma solução que vinha ainda dos tempos das carroças puxadas por animais. O B10 eliminava a madeira e adotava o aço como matéria prima usada na generalidade da estrutura, um conceito que dura até aos nossos dias.

2 – Luz de stop

Nem sequer era obrigatório, mas a Citroën julgou que era uma medida de segurança necessária e que os seus clientes a iriam apreciar. A luz de stop, que se acende assim que o condutor carrega no pedal de travão, foi uma inovação do B14, de 1926. Só muito mais tarde, a partir dos anos cinquenta é que a luz de stop passaria a ser obrigatória por lei para todos os automóveis

3 – Apoios de motor (silentblocs)

A marca começou a usar apoios de motor em borracha a partir de 1932, a fim de isolar as vibrações do motor da estrutura do carro e dos passageiros. No início, o princípio foi apelidado de motor flutuante e a publicidade comparava-o a cisnes num lago. Pouco depois, todos os carros teriam estes componentes.

4 – Tração dianteira em grande série

Foi o Traction Avant que estreou a tração dianteira em modelos de produção em grande série, equipando ainda o modelo com outras inovações importantes em 1934, como a suspensão dianteira independente, a estrutura monobloco e os travões com assistência hidráulica. O Traction Avant esteve à venda durante 23 anos, um recorde, na altura.

5 – Suspensão hidropneumática

Em 1955, o DS espantou toda a gente com a sua suspensão hidropneumática, mas não era essa a sua única inovação. A frente sem grelha visível, o capót em alumínio, o tejadilho em fibra, os piscas traseiros em posição elevada e até uma caixa semi-automática eram outras novidades que espantavam, em meados dos anos cinquenta.

6 – Faróis rotativos

Aparecerem no DS em 1967 e contribuíram imenso para a melhoria da visibilidade em viagens noturnas. No início, o sistema funcionava da maneira mais simples possível, através de cabos que ligavam os faróis rotativos à direção, para iluminar o interior das curvas.

7 – Suspensão Hidractiva

Uma estreia mundial da Citroën no XM de 1989, a suspensão Hidractiva juntava, pela primeira vez, o princípio de funcionamento da suspensão hidropneumática com uma gestão eletrónica. Este casamento conheceria futuras evoluções nos modelos seguintes da marca.

8 – Eixo traseiro autodirecional

O ZX, lançado em 1991 surgiu no mercado com a inovação do eixo traseiro autodirecional. Em curvas de forte apoio, os casquilhos da suspensão traseira de barra de torção, permitiam uma ligeira deflexão que fazia as rodas traseiras adotar uma pequena rotação e assim aumentar a estabilidade em curva.

9 – Head Up Display

O C6, apresentado em 2005, foi o primeiro automóvel francês, e um dos primeiros no mundo, a disponibilizar um sistema de Head Up Display. Inspirado na aeronáutica de guerra, o sistema projeta informações no para-brisas, em frente ao condutor, evitando assim ter que desviar a atenção da estrada ao olhar para um tablier de instrumentos convencional.

10 – Batentes hidráulicos progressivos

O C4 Cactus foi o primeiro modelo a surgir equipado de série com amortecedores dotados de batentes hidráulicos progressivos. O objetivo é aumentar o conforto da suspensão, substituíndo os batentes tradicionais de borracha por dois batentes hidráulicos colocados dentro do corpo principal dos amortecedores.

Conclusão

Estes são alguns dos exemplos da maneira de pensar de André Citroën, e que foi seguida pelos seus sucessores. Ele que inovou também a outros níveis, não apenas no mais ligado à técnica. André foi também pioneiro na maneira de fazer a comunicação e publicidade da sua marca, com ações únicas e arrojadas, como a iluminação da torre Eifel com a palavra Citroën.