É uma daquelas tarefas de manutenção básica que todos podem fazer, mas de que muitos se esquecem, até ao dia em que chove e a chiadeira da borracha a raspar no vidro se torna insuportável!

Atenção às escovas

Quando se deve mudar as escovas dos limpa para-brisas? Pela minha experiência, a resposta não é imediata. Por estranho que possa parecer, já tive carros em que as escovas de origem duraram muito mais tempo do que aquelas que depois as foram substituir, mesmo tendo o cuidado de escolher a mesma referência. O certo é que se devem verificar.
Para um condutor cuidadoso, que tenha gosto em trazer o seu carro sempre impecável, aquilo que se aconselha é verificar as escovas uma vez por ano, no final do Verão, antes das chuvas mais frequentes começarem. Costumo seguir estes passos para ver se tudo está em condições:

Verificar

O primeiro passo é levantar as escovas do vidro e confirmar que continuam bem apertadas, que o sistema que as prende aos braços móveis não se desencaixou ou ganhou folgas. Como a maioria destas peças são hoje feitas em plástico, convém verificar se o calor não fez estalar alguma peça.

Segundo passo, verificar se as borrachas não têm danos visíveis, se não têm as pontas quebradas ou se não estão a começar a rasgar numa das extremidades. Se isso acontecer, nem vale a pena continuar com mais nada: tem que mudar as escovas com urgência

Limpar e atestar

Terceiro passo, limpar as escovas, com especial atenção às borrachas. Para tudo funcionar em condições, tanto o suporte, seja ele metálico ou plástico, deve estar bem limpo, para assegurar que a borracha está toda em contato com o vidro. Depois é limpar bem as arestas da borracha que estão em contato com o para-brisas. Um pano húmido deve ser o suficiente, mas pode ser preciso retirar algum detrito, com um pouco de detergente.

Quarto passo, é atestar o depósito do líquido lava-vidros com um produto apropriado, não basta encher com água da torneira na estação de serviço. Procure um líquido próprio para o efeito e vai ver que as escovas limpam realmente com maior eficiência.

Testar

Quinto passo, é testar o sistema, depois de limpo e de atestado de líquido. Dispare o “esguicho” umas quantas vezes e veja se as escovas limpam bem o vidro, sem deixar “riscos” de água (sinal de que a escova tem um pedaço danificado, ou algum detrito agarrado) e que não deixam o vidro com áreas húmidas (sinal de que a escova está muito danificada ou que não está bem montada). Se as escovas fizerem muito barulho ao funcionar, é sinal de que a borracha perdeu a flexibilidade, mesmo que aparente estar em condições.

Trocar

No final, se precisar de trocar as escovas, consulte o manual de instruções do carro, não só para ver como se desencaixam (algumas dão bastante trabalho…) mas também como depois se voltam a encaixar.Depois de trocar as escovas, volte a testar o sistema, para ter a certeza que ficou tudo bem montado.

Que escovas?

Ao comprar escovas novas, há várias opções. Os carros mais antigos usam escovas com uma articulação metálica e lâmina de borracha estreita. Em alguns casos, é possível comprar apenas o filete de borracha para substituir, mas na maioria dos casos tem que se substituir tudo. Nos carros mais recentes, as escovas mais comuns são monobloco, sem armação metálica e com lâmina de borracha mais larga. Estas são as mais eficientes e existem fabricantes que as produzem de forma a que possam ser adaptadas a qualquer carro.

Que marca?

Quanto a marcas, não é fácil dar conselhos. Há as escovas “de marca” e as escovas de “marca branca”, dependendo do dinheiro que quiser gastar. Experimente uma marca e, se funcionar, lembre-se dela para a próxima vez. Uma coisa importante: não esquecer de mudar também a escova do vidro traseiro, se o seu carro a tiver. Não é tão usada, é certo, mas também sofre a mesma degradação por efeito do sol, do vento, da sujidade e, obviamente… da chuva.

Conclusão

Ter um acidente porque as escovas estavam a limpar mal, não deixando o condutor ver o peão ou o ciclista que se aproximou de um ângulo menos habitual pode ser evitável. Basta ter atenção ao estado das escovas e mudá-las quando necessário, sem chegar ao ponto de receber um aviso de que tem mesmo de o fazer, na próxima inspeção periódica…

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