A BMW prepara um esquema de pontos para dar aos seus clientes que usarem modelos híbridos “plug-in” em modo elétrico. Saiba como vai funcionar este “prémio”.

 

É o problema típico dos híbridos “plug-in”, os utilizadores não carregam as baterias e raramente usam os carros em modo 100% elétrico.

As razões para isso são bem conhecidas, dos construtores e dos utilizadores e podem ser facilmente enumeráveis.

Começa pela dificuldade em encontrar um posto de carga público disponível, ou seja, livre e… que não esteja avariado.

Depois é o tempo que demora cada carregamento de uma bateria de um híbrido “plug-in”, que não baixa das 3h00, pois não podem ser “atestadas” em carregadores rápidos.

Por fim, a autonomia de um híbrido “plug-in” em modo elétrico nunca vai além dos 50 km, muitos ficam bem abaixo, o que abala o entusiasmo de qualquer condutor, sobretudo pela fraca relação entre tempo de carga e autonomia.

Tendo carregador, muda tudo

Claro que este é o cenário de um utilizador que não tenha pontos de carga próprios ao seu dispor. Se tiver, um em casa e outro no local de trabalho, tudo se compõe.

Poderá carregar a bateria em casa, durante parte da noite e, enquanto trabalha, durante parte do dia. Assim, é provável que possa mesmo fazer as duas deslocações casa-trabalho-casa sempre em modo elétrico.

Mas resta sempre o problema do comodismo. Para carregar a bateria duas vezes por dia, o utilizador tem que ir à mala do carro buscar o cabo, ligá-lo ao carro e ao posto de carga.

No final da carga, tem que fazer novamente a operação inversa.

E isto, duas vezes por dia, com o provável incómodo de sujar as mãos e a roupa, é bom não esquecer, enquanto acondiciona o cabo na mala do carro.

Muitos utilizadores, nunca fazem nada disto, alguns nem chegam a tirar o cabo do saco de plástico onde vem guardado, quando compram o carro.

BMW dá pontos

Para incentivar os clientes dos seus híbridos “plug-in” a BMW está a preparar um sistema de pontos, que vai oferecer a quem usar o modo 100% elétrico nos seus PHEV.

Com uma aplicação para smartphone conectada ao carro, o sistema reconhece a quantidade de quilómetros feitos em modo exclusivamente elétricos e converte-os em pontos. Quanto mais quilómetros fizer, mais pontos recebe.

Esses pontos são depois convertidos em créditos pela BMW, a ser usados pelos condutores para pagar os próximos carregamentos da bateria em postos designados.

O plano “plug-in” da BMW

Peter Henrich, vice-presidente da BMW para a gestão de produto, revelou-me este plano numa entrevista “one-to-one” que me deu via Skype, adiantando também outra novidade relativa aos híbridos “plug-in” da BMW.

O novo sistema chama-se E-Zone e consegue colocar o híbrido “plug-in” a funcionar em modo 100% elétrico automaticamente, assim que o carro entra no centro das cidades.

O condutor não tem que selecionar o modo EV, pois o sistema funciona com base na localização por GPS e muda o funcionamento do híbrido para o modo elétrico, desde que exista carga suficiente na bateria.

Henrich confirmou que a eletrificação da gama BMW vai continuar a ser feita sobretudo através dos “plug-in”, utilizando as duas opções que a marca tem no momento.

Uma das opções foi projetada para os modelos de tração atrás e outra para os de tração à frente. “Mas também através dos mild-hybrid de 48V”, acrescentou.

Diesel “plug-in” não

A estratégia da BMW não passa pela utilização de motores Diesel nos seus “plug-in” porque é assumido que “quem precise de fazer muitos quilómetros, terá sempre nos Diesel comuns uma melhor alternativa, não num “plug-in”. E a BMW continua a desenvolver os seus motores Diesel.”

Outra opção que não está nos planos da BMW é oferecer motorizações “full hybrid”, ou seja, híbridos não recarregáveis exteriormente.

Sobretudo porque os consumos anunciados por estes híbridos, segundo a norma WLTP, nunca conseguem ser tão baixos como os dos “plug-in”.

“A verdade é que os “full hybrid” não contribuem tanto para a redução de CO2 da gama de modelos de uma marca como os “Plug-in” afirmou Henrich, mesmo sabendo que há uma diferença enorme entre os consumos dos “plug-in” homologados pela norma WLTP e a utilização real.

E os M, vão ser “plug-in”?

Quanto à pergunta se os modelos desportivos da BMW, os M, vão ser também hibridizados, o meu interlocutor não abriu o jogo, dizendo apenas que “a tecnologia híbrida tem tudo para manter o prazer de condução típico dos BMW M. Por isso, tudo pode acontecer.”

Conclusão

Em conclusão, Peter Henrich, admite que a utilização correta dos híbridos “plug-in” ainda está longe do ótimo. “É preciso aumentar a autonomia do modo elétrico, tornar o carregamento mais fácil e manter o prazer da condução.” Eu não poderia concordar mais.

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