A pressa é inimiga da perfeição, já diz o ditado. E isso também se aplica à maneira como, por vezes, lidamos com o automóvel e com a condução. Os horários apertados, o trânsito congestionado, as estradas em mau estado, tudo isso leva a que não haja tempo para dar atenção a alguns detalhes, que acabam por nos custar dinheiro, em consumos mais altos.
Mas basta um pouco de cuidado, com alguns aspetos do carro e da condução, para se conseguir reduzir a conta do combustível no final do mês, declarando “guerra” aos aumentos dos combustíveis.
As 10 dicas para poupar combustível
Seguindo estas 10 dicas de condução económica, pode facilmente poupar 10% na sua conta de combustível. Se for mesmo muito cuidadoso, vai ver que consegue poupar ainda mais. É tudo uma questão de atenção, cuidado e disciplina. Mas para ter a certeza que estas 10 dicas realmente resultam, registe o consumo que o seu carro está a fazer neste momento, para depois o comparar com o que vai conseguir se seguir estas 10 dicas. Vai ver que resulta.
1 – Tirar a “tralha”
Objetos esquecidos dentro da mala ou espalhados pelo carro, se tiverem algum peso, podem contribuir para aumentar os consumos. Mais peso é sempre igual a mais consumo. Por isso, dê uma vista de olhos ao habitáculo e porta-bagagens, para ver se os pode “destralhar”.
2 – Desmontar barras de tejadilho
Está a ver aquelas barras de tejadilho que montou para levar as bicicletas nas férias e que nunca mais retirou? Se não precisa delas com frequência, o melhor é desmontá-las, pois prejudicam a aerodinâmica e fazem subir os consumos. Se os seus percursos diários incluem vias rápidas ou autoestradas, o efeito é ainda mais negativo.
3 – Verificar a pressão dos pneus
Andar com as pressões dos pneus baixas aumenta o atrito no solo e os consumos sobem. Verifique regularmente as pressões dos pneus e veja se o construtor do seu carro aconselha pressões para condução ecológica, que são ligeiramente mais altas e reduzem ainda mais o atrito. Pela dúvida, considere as pressões indicadas para carga máxima.
4 – Verificar o nível do óleo do motor
Motores com óleos envelhecidos ou com níveis abaixo do recomendado, geram mais atritos internos nas peças móveis do motor e fazem subir os consumos. Até por isto, vale a pena andar sempre com as revisões do seu carro em dia.
5 – Ar condicionado, só se necessário
Use o ar condicionado só mesmo se for preciso: muito calor, no Verão ou vidros embaciados, no Inverno. A baixa velocidade, em vez do A/C abra um pouco a janela. Mas em vias rápidas e em autoestrada, não abra as janelas, pois prejudicam a aerodinâmica e os consumos. Use a ventilação da climatização, sem o A/C.
6 – Reduza a velocidade
A resistência aerodinâmica ao avanço do automóvel sobe com o quadrado da velocidade, o mesmo é dizer, sobe muito mais, quando se conduz a velocidades mais altas. Em automóveis ligeiros, o seu efeito começa a tomar proporções significativas a partir dos 90 km/h. Por isso, se quer reduzir consumos, reduza a velocidade. Lembre-se que manter uma velocidade constante é melhor do que aumentar e diminuir a velocidade constantemente.
7 – Use o acelerador com suavidade
O maior responsável pelos consumos num carro é o acelerador. Sempre que se carrega nele, está a ser queimado combustível e quanto mais carregar, mais gasta. Acelere de forma progressiva, por vezes basta manter o acelerador estável. Em subidas, não carregue a fundo, seja paciente, acelere pouco, mesmo que isso faça perder um pouco de velocidade até chegar ao cimo da subida. Nas descidas, só use o acelerador se for mesmo preciso. Caso contrário, retire o pé, mas deixe sempre uma mudança engrenada. A injeção é cortada e o consumo desce quase a zero. Nunca deixe o carro rolar em ponto-morto, pois perde parte do controlo da situação e, nos carros modernos, nem vai poupar combustível.
8 – Travar só o necessário
Tente não travar demasiado, pois a seguir poderá ter que reacelerar e gastar mais combustível. Deixe espaço para o carro da frente e mantenha uma velocidade constante. Não trave por tudo e por nada. Tente “ler” a estrada e o trânsito e decidir se precisa mesmo de travar ou se basta desacelerar e continuar a usar a inércia, sem necessidade de voltar a acelerar.
9 – Caixa em relações altas
Use a caixa de velocidades na relação mais alta possível, que é sempre a que consome menos. Os motores turbocomprimidos mais modernos, tanto Diesel com a gasolina, têm tanto binário que “aguentam” relações mais altas logo desde as 2000 rpm, quando, em regra, atingem o binário máximo. Treine fazer passagens “falhando” uma velocidade: por exemplo de terceira diretamente para quinta, sem passar pela quarta. Mas não exagere!… Uma relação muito alta, a velocidade muito baixa, obriga a acelerar mais, aumentando os consumos e esforçando motor e transmisão.
10 – Antecipar
Esta é a palavra mais importante, para uma condução económica. Antecipar o que se vai passar no trânsito à sua frente, para não ter que travar, acelerar, voltar a travar e voltar a acelerar. Um exemplo: não vale a pena chegar depressa à fila de um semáforo que acabou de ficar verde, vá mais devagar, calcule a distância e talvez consiga não ter que travar nem reacelerar e ainda apanhar o sinal verde. O mesmo para a entrada num entroncamento: ver qual o intervalo no trânsito que vai ocupar e calcular a velocidade para não ter que travar nem acelerar. O mesmo para uma mudança de faixa.
Conclusão
Alguns entendidos em condução ecológica dizem que, com medidas como estas, é possível poupar entre 10 e 30% nos consumos. Mas se conseguir só 10% de poupança, num carro que gaste 7,0 l/100 km de gasolina, um condutor português médio, que percorre 9000 km por ano, já vai poupar 80 euros em gasolina ao final do ano. Nada mau!…
