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A Audi acaba de lançar o e-tron Sportback, a versão coupé do seu SUV elétrico. E não foi apenas o estilo que ficou a ganhar. Conheça as vantagens.

 

Geralmente, uma versão coupé de uma berlina, pouco mais acresce do que um estilo mais esguio. No caso dos SUV coupé, a diferença ainda costuma ser menor.

Mas quando passamos para o mundo dos elétricos, o cenário pode mudar, como fiquei a saber na apresentação (à distância) do novo Audi e-tron Sportback.

Entre a versão “normal” e este novo Sportback, as diferenças de estilo são óbvias e concentram-se num tejadilho mais baixo atrás (a altura máxima é a mesma) e com um vidro traseiro mais inclinado.

A primeira consequência é a diminuição da altura nos lugares de trás em 20 mm. Quando o testar, verei se isto é significativo, mas desconfio que não.

Também a capacidade da mala baixou dos 600 para os 555 litros, o que continua a ser muito. Mas é verdade que a altura inferior da mala limita o transporte de objetos mais altos.

Sob o capót da frente, continua a existir um compartimento de 60 litros, para guardar o “esparguete” dos cabos de recarga da bateria.

Coupé tem mais autonomia

Mas o estilo coupé também trás vantagens objetivas, desde logo na melhor aerodinâmica, que tem implicações diretas na autonomia.

Por ter o perfil coupé, consegue gastar menos eletricidade e ganhar 10 km na autonomia, chegando aos 446 km, na versão 55 quattro.

Mas para esse aumento também contribuiu a nova função, que usa apenas o motor de trás, em condução normal; e também a otimização do sistema de arrefecimento da bateria.

Esta comparação é feita entre o e-tron “normal” e o e-tron Sportback, ambos equipados com os retrovisores por câmara digital, que reduzem a largura total do carro em 15 cm e dão um bom contributo à aerodinâmica.

Aliás, tanto num como no outro, a aerodinâmica é um assunto que foi levado muito a sério, com entradas de ar ativas na frente, “air curtains” e um fundo carenado, resultando num Cx de 0,25, contra os 0,27 da carroçaria “normal”.

Dois pequenos “segredos”

O fundo carenado é fixo com parafusos que ficam escondidos em concavidades, criando pequenos vórtices que aceleram o escoamento do ar. Tal como numa bola de golfe.

No restante, os dois modelos partilham praticamente tudo. A bateria, sob o piso, é fixa ao monobloco através de 35 parafusos, contribuindo assim para subir em 27% a rigidez da estrutura.

Há dois motores elétricos, um para as rodas da frente e outro para as de trás, honrando assim a tradição “quattro” (que nasceu há 40 anos).

Fica assim garantida a distribuição de pesos 50/50. E três níveis de regeneração na desaceleração: um nível zero, um que desacelera até 0,1g e o mais intenso, que chega aos 0,3g. A Audi afirma que 30% da autonomia vem da regeneração.

Suspensão pneumática de série

De série em todas as versões é a suspensão pneumática que consegue fazer subir a altura ao solo dos 173 mm, em uso normal, aos 223 mm (mais 50 mm), para condução fora de estrada. Pelo contrário, em autoestrada, baixa 26 mm, para melhorar a aerodinâmica.

Informação importante, neste campo, é que o e-tron Sportback paga sempre classe 1 nas autoestradas.

A gama propõe os modelos 50 quattro e 55 quatro. O primeiro tem uma bateria de 71 kWh e debita 230 kW (313 cv), acelerando dos 0 aos 100 km/h em 6,8 segundos e com autonomia de 347 km

O 55 quattro tem uma bateria de 95 kWh (que pesa mais 100 kg) e debita 300 kW (408 cv), acelerando dos 0 aos 100 km/h em 6,6 segundos e com autonomia de 446 km.

Para setembro está prevista a chegada de uma versão mais potente, o e-tron S com 370 kW (503 cv).

Carrega em 45 minutos se…

A Audi investiu tempo e dinheiro na gestão térmica da bateria, que tem resultados por exemplo nos tempos de recarga.

O e-tron carrega a um máximo de 150 kW, mas a grande diferença para a concorrência é que consegue manter esse nível de carga durante 25 minutos, o dobro dos rivais, segundo a marca.

Isto permite anunciar uma carga completa da bateria em apenas 45 minutos e de 30 minutos, para uma carga de 80%. Em ambos os casos usando carregadores de 150 kW, que não existem em Portugal…

Carregadores Audi

A Audi tem um plano para resolver esta questão, que passa pela instalação desse tipo de carregadores rápidos em alguns dos seus concessionários. Neste momento, já há 12 concessões Audi no país que têm carregadores de 22 a 45 kW.

Acresce a estes, os carregadores da Ionity, de 350 kW, dos quais estão previstos ser instalados cinco, em Portugal, numa primeira fase.

Quanto a preços, o Sportback custa mais 2 669 euros do que a versão “normal”, com o 50 quattro a custar 75 287 euros e o 55 quattro a subir aos 88 436 euros (mais 13 000 euros). A versão de 370 kW deverá ficar abaixo dos 100 000 euros.

Tanto o 50 quattro como o 55 quattro têm ainda versões para empresas, que custam os mesmos 62 500 euros (mais IVA) ficando assim no limite para poderem descontar o IVA na totalidade.

Conclusão

A Audi continua assim o seu plano de eletrificação da gama, com o objetivo de terminar o ano de 2021 com 30% das suas vendas feitas com modelos elétricos e “plug-in”, o dobro do previsto para este ano.

Os híbridos estão a ser alargados a toda a gama da Audi e no final do ano deverá surgir o e-tron GT, um elétrico de altas performances. Estes lançamentos estão alinhados com a estratégia da marca em posicionar-se como líder de modelos eletrificados, entre as marcas premium concorrentes, BMW e Mercedes-Benz.

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