11/10/2019. A NissanConnect propõe novas funções, como uma App que permite aos pais controlar a condução dos filhos. Saiba como funciona este “controlo parental”.

 

Tirar a carta era uma ambição para todos os adolescentes da minha geração. Nunca mais chegavam os 18 anos para nos podermos inscrever numa escola de condução e fazer o exame.

Para quem gostava de carros, o desejo de poder ter um volante nas mãos, nem que fosse o carro do pai e guiar finalmente (e de forma legal…) nas estradas, era o grande objetivo.

Mas para os outros, o que interessava mesmo era a liberdade de movimentos, a possibilidade de ir para onde se quisesse, sem as limitações dos percursos e horários dos transportes públicos. E com a privacidade que só um carro pode proporcionar…

Andar nos limites

Claro que havia sempre limites, o mais comum era o dinheiro disponível para a gasolina.

Metia-se o mínimo indispensável para o depósito não andar abaixo da reserva. E nas viagens em grupo dividia-se o custo da gasolina pelos amigos. O resto era gozar a recém adquirida liberdade sobre rodas.

Claro que os pais queriam sempre saber para onde íamos, com quem íamos e o que íamos fazer. Obviamente que só tinham direito a saber o essencial, ou nem isso, mas desde que o carro chegasse a casa sem danos, não havia problemas de maior.

Informação remota

Lembrei-me disto durante uma conversa com um engenheiro da Nissan que me apresentava algumas das novas funcionalidades da NissanConnect Services, uma plataforma que inclui várias aplicações para smartphone que ligam o condutor ao carro.

Depois de registado o VIN no respetivo site e descarregada a aplicação certa é possível controlar o carro à distância, mediante vários parâmetros.

Por exemplo, pode tirar-se aquela dúvida eterna: “será que fechei as portas do carro?” sem ter que voltar ao sítio onde ficou estacionado. Basta consultar a App, e até é possível dar ordem para fechar as portas a partir do smartphone.

Também é possível ligar as luzes do carro, para descobrir onde está estacionado, muito útil naqueles parques de estacionamento a perder de vista.

Depois é possível consultar informações como a pressão dos pneus, nível do óleo do motor, estado dos travões e do ABS. Tudo isto através do smartphone.

Navegação e OTA

Outras funções disponíveis por esta via são a possibilidade de estabelecer um percurso no smartphone e depois enviá-lo pela App para o sistema de navegação do carro.

O sistema a bordo está também preparado para receber atualizações OTA (Over The Air) da Nissan, evitando assim algumas idas à oficina.
Tudo isto é útil e pacífico, o que talvez já não seja tão assim é o que vem a seguir.

Controlo parental nos carros

Uma das funções disponíveis é o controlo da utilização do carro por terceiros.

O engenheiro com quem falei dava-me o exemplo do pai que empresta o carro ao filho, mas que quer controlar a sua utilização à distância. O chamado controlo parental, aplicado aos automóveis.

Lembrei-me logo das minhas saídas com o carro do meu pai e o “resumo” que lhe fazia de por onde tinha andado e o que tinha andado a fazer…

Esta aplicação permite agora ao pai saber exatamente em que área geográfica o seu filho está a conduzir o carro, a que velocidade e durante quanto tempo. Tudo através do seu smartphone.

Os novos limites

Pode até estabelecer limites para estes três parâmetros e accionar alertas se algum deles for excedido. Depois é só ligar para o filho e dar-lhe o raspanete devido.

O engenheiro que me explicava tudo isto, fazia-o com um ar de satisfação pelo trabalho realizado. Não o posso censurar por isso, claro.

Para muitos pais, será um produto com imenso interesse, pois permite-lhes ampliar a bolha de super-proteção onde os seus filhos vivem.

Mas duvido que ele o tivesse apreciado, enquanto filho que guiava o carro do seu pai, quando era mais jovem.

Conclusão

O mundo mudou, nem sempre para melhor, ao longo das últimas décadas. É clara a super-proteção que hoje os pais dão aos filhos, que por vezes substitui a verdadeira educação.

Mas não é preciso muita imaginação para perceber que um jovem, sujeito a este tipo de vigilância remota, deixe de ver o acesso ao carro do pai como um instrumento de liberdade de movimentos.

Já não chegava a intensa vigilância policial, agora também esta!… O mais certo é o jovem preferir outro tipo de mobilidade, em vez de pedir as chaves do carro emprestadas ao pai. Mais uma pedrada no fascínio dos mais novos pelo automóvel?…

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