Chegou finalmente o dia de guiar em Portugal o tão esperado VW ID.3, o elétrico que a marca diz ser tão importante para a sua história como o Carocha e o Golf. Conheça as primeiras impressões de condução.

 

Foram dois anos de gestão de expetativas, num plano minuciosamente levado a cabo pela Volkswagen, que merecia ficar nos livros de marketing como um exemplo a seguir.

Aos poucos, tudo foi sendo revelado sobre o modelo que vai levar a VW para a era elétrica, “um caminho sem retorno” dizem. É claro que o eGolf e o eUp! já tinham explorado o tema dos elétricos, mas o ID.3 é diferente.

Estreia a nova plataforma MEB, feita exclusivamente para carros elétricos e muitos vão ser lançados em todas as marcas do grupo e também na Ford, que se decidiu juntar aos alemães. E quem sabe a Tesla, mas isso é pura especulação.

Finalmente com o volante nas mãos

Mas já chega de informações, de detalhes, de características, de funcionalidades e também de problemas anunciados e alguns admitidos. Agora chegou a altura de guiar, pela primeira vez em Portugal,  o ID.3.

Quando a VW diz que o ID.3 tem o tamanho exterior de um Golf e o espaço interior de um Passat, não está a exagerar. Mas a silhueta exterior é mais próxima de um monovolume, devido à frente muito curta.

Por dentro, o espaço para pernas nos lugares de trás é de facto muito bom para o segmento e na frente também.

A posição de condução não é tão alta como em alguns elétricos que levam a bateria sob o piso. A qualidade de montagem parece boa, o aspeto dos materiais também.

A alavanca da caixa é um botão de rodar na face direita do painel de instrumentos, o que parece estranho mas acaba por ser de fácil habituação.

Muito suave e confortável

Muito suave no arranque, começa por agradar o excelente isolamento acústico, do motor e dos pneus. Direção com o peso certo, não demasiado leve e suspensão confortável… no modo Comfort.

Na primeira reta livre, passo ao modo Sport e acelero a fundo. Os 204 cv e 310 Nm são suficientes para uma aceleração convincente. Não explosiva, mas mais do que suficiente. A aceleração 0-100 Km/h anunciada é de 7,3 segundos.

A suspensão fica mais firme em modo Sport e o controlo da carroçaria é muito preciso, mas com visível perda de conforto. Não há falhas de tração, mesmo no piso muito molhado em que decorreu este primeiro contacto.

O modo “B” escolhe-se no botão da transmissão e aumenta a retenção e a regeneração, mas nada disso em excesso. A fluidez de condução e facilidade não obriga a nenhum tipo de habituação especial. O raio de viragem é curto.

Tração atrás dá para algumas “brincadeiras”

Numa primeira rotunda arrisco uma entrada mais rápida, com maior ângulo de rotação do volante e a frente alarga a trajetória, chamando o ESP que resolve tudo. Como esperava.

A seguir ainda tenho tempo de uma passagem rápida numa estrada com curvas lentas e médias. E a surpresa aparece.

O controlo da carroçaria nos encadeados é muito boa, não se sentem os 1794 kg do ID.3 e o mais divertido é que, pelo menos no piso molhado, a tração atrás faz mesmo a traseira ensaiar uma deriva de potência.

É claro que o ESP acaba por tratar de reestabelecer a estabilidade, mas se não se exagerar com o pedal da direita no início, é mesmo possível ter uma ligeira sobreviragem consistente que não pode deixar de colocar um sorriso nos lábios.

Conclusão

Esta versão de lançamento 1st está à venda por 38 017 euros, só em 2021 vão chegar as versões mais baratas, com bateria de menor capacidade que esta de 58 kWh, que anuncia autonomia entre os 300 e os 420 km. Para já, as primeiras impressões são muito positivas, deixando expetativas para um teste mais prolongado.

Francisco Mota

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