É o modelo mais importante da Skoda, o Octavia entra na quarta geração com muitas evoluções e preços a partir dos 23 mil euros. A tempestade queria estragar-me o dia, mas foi possível ficar com as primeiras impressões ao volante.

 

Bárbara queria boicotar o meu primeiro breve teste à quarta geração do Skoda Octavia, por isso mandou chuva, vento e até nevoeiro para as estradas em redor de Sintra, onde o fui guiar.

Mas o Octavia está mais do que preparado para uma pequena tempestade do Sul da Europa, habituado que está em lidar com as condições invernosas do Norte do continente, onde tem os seus melhores mercados.

A primeira geração do Octavia foi lançada em 1996, a segunda em 2004 e a terceira em 2012. No total, foram vendidas 6,5 milhões de unidades, com as duas últimas a passar a barreira dos 2,5 milhões, cada.

Da quarta geração agora lançada não se espera menos, tanto mais que as evoluções do modelo são muitas e variadas. O processo é paralelo ao lançado pela nova geração do Golf, que passou a usar a plataforma MQB Evo, uma evolução da anterior, como o nome indica.

O efeito dominó já tinha passado pelo Seat Leon, Audi A3 e agora chega a vez do Skoda Octavia, que está disponível em carroçaria berlina e Break, ambas de cinco portas, como é hábito.

Mala ainda maior

O comprimento aumentou apenas 2,2 cm, a distância entre-eixos é igual por isso o espaço interior é o mesmo, ou seja, mais do que generoso nos lugares de trás. Mas a capacidade da mala voltou a subir, desta vez em 30 litros, chegando agora aos 640 litros, na Break e 600 litros, na berlina.

Por fora, o Octavia adere à renovada imagem de marca da Skoda, com faróis mais esguios (com opção Matriz de LED) e uma grelha muito maior, que lhe dá ares de Superb. Tem presença, tem elegância, tem até algo de… “premium”!

O interior mudou muito, com um tablier totalmente redesenhado onde se incluiu o “cockpit virtual”, ou seja, o painel de instrumentos digital. O monitor tátil central está bem integrado na consola. O volante de dois braços também é novo.

Muito mais equipamento

O enriquecimento em equipamento é impressionante, contando com um novo infotainment totalmente conectado, sistema “head-up display” projetado no para-brisas e iluminação interior colorida, entre múltiplas tomadas USB-C, uma delas no retrovisor interior, para alimentar dispositivos fixos ao para-brisas.

E depois está lá a lista completa das ajudas eletrónicas à condução, distribuídas pelos dois níveis de equipamento Ambition e Style.

A qualidade dos materiais melhorou mais um pouco e os novos bancos são realmente confortáveis, como pude comprovar neste primeiro teste, por estradas com muitas curvas e algum mau piso.

Ao volante do 2.0 TDI 150

A versão que escolhi foi a 2.0 TDI de 150 cv, com caixa DSG, na carroçaria Break que continua a ser a preferida dos portugueses. A posição de condução é muito boa, o novo volante tem uma pega correta e os instrumentos são fáceis de ler.

Os comandos da climatização estão dentro do infotainment, o volume regula-se num “slider”, como no Golf. Não é prático.

A alavanca da caixa DSG foi reduzida a um botão que comanda o “shift by wire” e há patilhas no volante; o travão de mão é elétrico.

O Octavia passou a usar a última (e melhor de sempre) versão Evo do motor 2.0 TDI, que melhorou em consumos e emissões, mantendo os 150 cv.

Diesel ainda impressiona

Tem resposta pronta e não se acanha com a chegada do “red-line”, não emitindo vibrações dignas desse nome. Só quando parei e sai do carro percebi que o ruído, ouvido de fora, ainda é bem Diesel.

A direção tem uma calibração confortável, isto é, não demasiado direta e bastante assistida. Claro que há modos de condução disponíveis, mas a unidade ensaiada não tinha os amortecedores ajustáveis (os opcionais DCC), por isso a sua ação resume-se a deixar o acelerador mais sensível e a caixa mais nervosa.

Mesmo com jantes de 18″ montadas, a suspensão independente às quatro rodas passa por cima do mau piso com notável indiferença. É preciso uma estrada quase demolida para causar desconforto aos passageiros.

Dinâmica confiável

O comportamento dinâmico, pelo menos com piso muito molhado, mostrou-se muito progressivo e estável. Talvez não seja muito interativo mas é seguro e previsível, não passando “stress” para ao condutor. Tudo aquilo que se deve pedir a uma carrinha Skoda como esta.

De regresso à base, recebo a lista de preços que começa nos 23 024 euros da motorização 1.0 TSI de 110 cv, um preço ao nível do segmento abaixo, o que é notável.

Nos Diesel, o mais barato custa 29 585 euros, o 2.0 TDi de 116 cv. Um 2.0 TDI DSG de 150 cv como o que guiei custa cerca de 32 627 euros.

O motor 1.0 TSI também tem uma versão “mild-hybrid” com caixa DSG a custar 25 877 euros. Para 2021 aguarda-se pelos “plug-in” 1.4 TSI iV, em versões de 204 cv e 245 cv. Uma nota final para dizer que a Skoda está a fazer um esforço para melhorar os seus argumentos no mercado de carros de serviço, com uma versão para empresas do 2.0 TDi de 116 cv a custar 25 000 euros.

Conclusão

O Octavia é o coração da Skoda, é o modelo mais vendido do construtor, aquele que melhor encarna os valores da marca que teve um percurso impressionante desde que foi adquirida pelo grupo Volkswagen. Nesta quarta geração, as evoluções levam o modelo para muito próximo de um produto premium, revelando assim a confiança que o grupo tem na marca.

Francisco Mota

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