O diretor dos modelos desportivos da Porsche garante que o 911 não terá uma versão elétrica tão cedo. E explica por que “chumbou” a ideia.

Para quem acompanha de perto a vida interna da Porsche, talvez já tenha ouvido falar de Frank-Steffen Walliser. Ele é o director da linha de modelos desportivos da marca. Responsável pelos 718 Cayman, 718 Boxster e 911 Carrera.

Está nas suas mãos o destino destes três modelos, mas é lógico que o 911 é sempre um assunto mais sensível, quando se fala de evoluir, sobretudo nesta era de transferência energética.

A Porsche até já demonstrou que consegue fazer um carro elétrico, aliás, que consegue fazer a melhor berlina desportiva elétrica do planeta.

As minhas memórias de ter guiado o Taycan Turbo S, bem depressa, num circuito ainda estão bem vivas, como poderá relembrar neste LINK:

Em pista no Porsche Taycan Turbo S: até se esquece que é elétrico

Mas o 911 é um caso à parte. Segundo Walliser, será o último modelo da Porsche a receber uma versão elétrica pura. E isso não está para para breve.

911 sem elétrico… nem híbrido

Engenheiro especialista em motores de combustão interna, Walliser entrou na companhia em 1995 como estagiário.

No seu curriculo tem a gestão do programa RS Spyder, o protótipo vendido a equipas privadas que correu na Europa e EUA no início do século.

Foi também ele que dirigiu o projeto do último hipercarro da Porsche, o 918 Spyder. Depois, em 2014, foi nomeado vice-presidente para a competição, na classe dos GT, bem como diretor da linha de modelos desportivos.

É um homem da casa, como muitos outros, nascido em Estugarda e apaixonado pela marca e pelo seu trabalho. Não admira…

“Para quando um 911 elétrico?”

Mas agora tem a administração e a imprensa especializada a fazer-lhe a toda a hora a mesma pergunta: “quando vai o 911 ter uma versão elétrica?”

O alemão resiste e diz que isso não vai acontecer, pelo menos enquanto a decisão depender dele: “vou lutar para que o 911 mantenha o motor a gasolina” afirmou recentemente à revista inglesa Autocar.

Na verdade, Walliser nem sequer admite que o novo 992 possa vir a ter uma versão híbrida, como chegou a ser dito na apresentação do modelo.

A caixa de velocidades PDK até já lá tem o espaço necessário para a máquina elétrica, mas Walisser acha que não será possível.

“Já é realmente difícil fazer um 911 a gasolina como o fazemos agora. Quanto mais híbrido…”

As razões do “chumbo”

Descendo ao detalhe, o VP da Porsche explica que um 911 tem que continuar a ser um 2+2 e ter uma mala na frente, mantendo a linha estética que o fez famoso.

Por isso, não há espaço para colocar a bateria, além de que isso iria prejudicar o desempenho dinâmico: “mais valia fazer um carro novo!…” remata.

Portanto, as estimativas que davam como certo um 911 híbrido por volta de 2022, vão provavelmente falhar.

A não ser que a posição de Walliser seja entregue a outra pessoa, devemos estar ainda mais longe de ver um 911 elétrico no catálogo da marca.

Só depois da reforma

Em Agosto próximo, Walliser completa 51 anos e, como ele diz, “um 911 elétrico só depois de eu me reformar. E nessa altura já ninguém me vai poder culpar por isso”. Os apaixonados pelo 911 podem por isso ficar descansados, pelo menos por mais algum tempo.

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