Muitas marcas ausentes, praticamente todas as novidades mostradas antes das portas abrirem, por causa disto e não só, o Salão de Paris de 2018 não vai ficar na memória. Ainda assim, estava cheio de gente, logo nos dias de imprensa, antecipando uma afluência que o poderá manter como o mais visitado dos salões realizados na Europa.

As marcas presentes fizeram um esforço para ter uma representação digna no salão, com algumas a encher os seus stands de carros. Dos dois grupos franceses Renault/Nissan/Mitsubishi e PSA já se esperava isso, mas das marcas alemãs, nem por isso. É verdade que a VW decidiu pela falta de comparência, mas a Audi, Porsche, BMW e Mercedes-Benz ocupavam um pavilhão quase inteiro, mostrando muitos modelos acabados de estrear.

Para guiar ou para estar?

Claro que o destaque foi para os automóveis elétricos e para os autónomos, mas foi interessante ver que não há uma certeza de como estas tecnologias se vão apresentar ao público: mantendo uma estrutura convencional, ou apostando nas possibilidades que uma plataforma elétrica disponibiliza? Recuperando desenhos de inspiração nostálgica, ou apostando em silhuetas revolucionárias? Continuando a pensar na utilização do automóvel como ato de prazer de conduzir, ou escolhendo os módulos de transporte multi-pessoal com interiores tipo “lounge”? De tudo isto havia para ver no Salão de Paris.

A Tesla continua a sua bizarra política de não anunciar a potência dos motores, apenas as performances.

Curioso foi ver que a Tesla decidiu vir ao Salão de Paris, mas mostrando discretamente o seu novo Model 3, explicando as suas características principais, mas continuando a sua bizarra política de não anunciar a potência dos motores, apenas as performances. De preços, também nada foi dito.

Desportivos a um canto

Os desportivos e superdesportivos, que em tempos monopolizavam os holofotes de qualquer salão, estavam agora acantonados numa mini-exibição, longe dos modelos de grande produção ou dos “concept-cars” mais futuristas. Sinal dos tempos. Mas também sinal de que, com raras excepções, as marcas têm neste momento outras preocupações, no topo das quais está o cumprimento das irrealistas normas anti-poluição que as entidades reguladoras se preparam para instituir. Caso contrário vão ter que pagar multas. Aproxima-se um tempo em que os desportivos acessíveis devem ter os dias contados, a não ser que adiram à hibridização, o que os vai tornar forçosamente menos acessíveis.

Como será o futuro?

O futuro é dos carros elétricos? Sim. E dos semi-híbridos, dos híbridos, dos Plug-in e até dos Fuel Cell. Sem esquecer os Diesel, que não vão desaparecer em fumo, ou não tivessem na sua reduzida emissão de CO2 o seu grande trunfo.

Conclusão

De tudo o que vi, elegi o meu Top 10 dos automóveis que foram mostrados no salão de Paris, que pode ver na galeria acima:

1 – Peugeot e-Legend

2 – BMW Série 3

3 – Suzuki Jimny

4 – Porsche Speedster

5 – Audi Q3

6 – Kia Proceed

7 – Tesla Model 3

8 – Mercedes-Benz Classe B

9 – Ferrari Monza SP1

10 – BMW Z4