Quatro meses antes de ser lançado, já testei o novo Peugeot 208. Foi num evento exclusivo para os jurados do Car Of The Year e guiei versões a gasolina e o elétrico e-208. Conheça as primeiras impressões ao volante.

 

O Renault Clio domina o segmento dos utilitários há anos, na Europa e em Portugal. A Peugeot arriscou muito, sobretudo na parte do estilo, para conseguir dar luta ao seu conterrâneo.

O novo 208 muda para a nova plataforma CMP, mais leve que a do anterior 208 e, sobretudo, preparada para receber motores a gasolina (o 1.2 PureTech com potências que vão dos 75 aos 130 cv), motores Diesel (1.5 BlueHDI de 100 cv) e o elétrico de 136 cv.

Estilo 208 inspirado no 3008

Claro que o primeiro impacte vem do estilo, que é inspirado no 508 e 3008, mas o 208  tem a sua identidade. Vai destacar-se quando chegar à rua, no meio dos outros utilitários mais convencionais. Se os compradores vão gostar, só depois se verá.

Mas as mudanças não se ficaram por fora. O habitáculo é também totalmente novo, com um tablier que mantém o painel de instrumentos para se ver por cima do volante. Este é ainda mais pequeno, igual ao do 508 e 3008, quase quadrado, para garantir que não tapa a base dos instrumentos.

Instrumentos como hologramas

Mas passou a ter os sistema de infotainment dos outros modelos da PSA, acrescentando a novidade do painel de instrumentos com efeito 3D, que apresenta a informação como num holograma. Posso garantir que funciona bem e não obriga a grande habituação.

Os bancos melhoraram no conforto e a visibilidade para foram também.
Pude guiar o 1.2 Puretech de 100 cv e depois a versão de 130 cv. O primeiro com caixa manual de seis velocidades, fácil de manusear e bem escalonada.

A suspensão mantém o eixo de torção atrás, mas, neste primeiro curto teste, mostrou um bom nível de conforto.

Continua ágil e envolvente

O que não lhe falta é agilidade, sobretudo porque a direção é bastante direta e o volante pequeno faz tudo parecer ainda mais rápido. Claro que o motor de 130 cv tem um desempenho melhor que o de 100 cv, e um rigor dinâmico maior, pois tem jantes maiores e pneus de perfil mais baixo.

Mas a novidade desta motorização é vir agregada a uma caixa automática de oito relações, única no segmento, que funciona melhor em modo automático que através das patilhas, fixas à coluna de direção.

Elétrico com 340 km de autonomia

O último a testar foi o e-208, o elétrico que tem 136 cv e 260 Nm, logo no arranque. E é mesmo no arranque que impressiona, ao ponto de fazer os outros parecer bem mais lentos.

Claro que os 350 kg a mais, devido à bateria de 50 kWh se acabam por fazer sentir, tanto nas travagens como nas curvas, com maior inclinação lateral.

Mas o mais importante são os 340 km de autonomia, que a marca anuncia, bem como os tempos de carregamento, que vão das 16h, numa tomada doméstica, aos 30 minutos, que um supercarregador de 100 kWh demora a restabelecer 80% da capacidade.

Conclusão

Outras conclusões sobre a dinâmica vou tirá-las em Outubro, quando guiar as versões finais do Peugeot 208. Mas as primeiras impressões são positivas, a ponto de puder afirmar que o 208 nunca esteve tão bem preparado para lutar com o seu rival Renault Clio.